domingo, 1 de maio de 2011

BUENOS AIRES 2011: 3ª atualização

Ok ok, doce ilusão a minha achar que eu só atualizaria o blog semanalmente, acho melhor escrever as coisas a medida que forem acontecendo, fica mais fácil de organizar as ideias, tanto porque meu final de semana desde Quinta foi bem movimentado, e bote movimentado nisso... então comecemos pelo começo, porque essa postagem vai ser imensa.

Pela primeira vez na minha vida eu desmaiei, pois é, tive uma hiperventilação durante a aula de Ana Woolf, nossa, juro que me assustei, mas o treinamento tá sendo incrível, nessa Sexta só eu fui pra o treinamento, então tive a oportunidade de ter aula com ela sozinha, tudo bem que no outro dia eu não consegui acordar, mas nunca tive tanta consciência do meu corpo quanto naquelas três horas, recomendo para todas as pessoas de teatro, porque a sensação de que sua voz está literalmente saindo pelos cotovelos é uma coisa impossível de se explicar.

Espetáculo "Lisboa - el viaje etílico"
À noite fui assistir "Lisboa - el viaje etílico", no Teatro del Pueblo, um teatro localizado no subsolo de um prédio próximo ao Obelisco, o teatro foi fundado em 1930 e é uma graça, essa sala que eu conheci possibilita que se tenha público em três lados da plateia porém tem outra com palco italiano que eu ainda não fui, quando ao espetáculo, duas coisas me chamaram muita atenção, primeira é que tem duas atrizes e um ator que cantam que é uma loucura e a outra que me saltou aos olhos é a preparação corporal de uma das atrizes, nossa, as mudanças de estado da personagem eram feitas por pequenos deslocamentos de coluna, dos músculos das costas, nossa, eu fiquei impressionada. Muitas coisas me incomodaram, mas acho que não vem ao caso tratar daquilo que não se gosta.

Uma das sala do Teatro del Pueblo

No Sábado eu até quis, mas não tive como acordar, por causa do treinamento da Sexta e do espetáculo que terminou depois da meia-noite, eu estava muito cansada, mas cansada demais, Sábado tinha tudo para ser um dia morto, o dia até podia ser, mas a NOITE...

Comecei minha maratona depois de fazer compras [ok, o lado bom de morar noutra cidade e sozinha é que eu me sinto um pouco mais adulta pra essas coisas], voltei pra casa, olhei os milhares de panfletos que tinha e escolhi as duas pedidas da noite, troquei de roupa [basicão: movimento calça justa, regata preta, blusa branca de botão por cima, jaqueta, All Star azul e mochila], primeira parada da noite: Subte Línea E, estación Belgrano.


Banner do espetáculo
Fui ao Centro Cultural Caras y Caretas assistir "Como si fuera nadie", só um casal em cena, um homem e uma mulher, falando de coisas banais, não bobagens, coisas que se vive, coisas que são de extrema dificuldade de serem ditas num teatro, na verdade, num espaço cênico, porque o espetáculo se passa numa praça, mas o espaço usando foi uma parte do corredor de acesso à outras salas, com iluminação teatral e tudo mais, tudo muito simples, mas a simplicidade necessita de uma capacidade de elaboração imensa. E eu achei extremamente louvável.

Espaço onde foi apresentado o espetáculo
Antes de começar o espetáculo fui a um café pra dar o tempo necessário pra o começo, cheguei numa praça em San Telmo que tem a Mafalda das tirinhas de jornal sentadinha num banquinho, da outra vez que vim a Buenos Aires a fotografei, bom, vendo aquela cena inusitada da Mafalda me olhando enquanto eu tomava um café e pensava nas coisas, não tive como não pensar em Rose, embora eu saiba que ela não vai ler esse blog postei minha declaração de amor pra ela também.

Espetáculo "Mujer armada
hombre dormido"
Terminado o espetáculo fui louca pra o Subte pra me encaminhar para o agradabilíssimo El Camarin de las Musas, Sábado a noite aquele lugar bomba mesmo, mas não gostei do espetáculo que fui assistir, "Mujer armada hombre dormido", na verdade não consegui entender direito, as histórias se cruzavam e eu não consegui ver onde era o ponto de intersecção delas, essa é a desvantagem de assistir espetáculos em outro idioma. O lado bom é que assim eu conheci a outra sala de lá, essa é maior, realmente lembra muito os teatros da Praça Roosevelt em São Paulo.

Pré-balada, pulinho no hostel
só pra deixar a mochila
Então, já era meia-noite e meia, eu me sentindo bonita, de bem comigo mesma, escutando rádio onde só rolava música eletrônica, tava louca pra sair pra dançar, pois é, eu que quase nunca saio sozinha pra balada fui SOZINHA me jogar na noite, tudo bem que o primeiro "boliche" [é assim que os argentinos chamam as boates, bares, sinucas e adjacentes] que eu fui tinha virado clube de strip-tease, tomei um táxi semi-derrotada para voltar pra o hostel, até que tive coragem de perguntar pro taxista se ele conhecia alguma disco gay-friendly, a resposta: "SI, CLARO! PARA CHICOS O PARA CHICAS!", seguimos pela Avenida Corrientes, o primeiro lugar onde paramos eu não me agradei nem da fachada, fomos para a outra opção...

AMERIKA, gente, tem de tudo um pouco, a entrada tava AR$75,00 open-bar, ok, tomei um gin com tônica no começo da noite, depois duas garrafas de água mineral e depois uma coisa chamada 7º Regimiento (que leva whiskey, vodka e mais um monte de coisa) pra tomar coragem. Em relação à música, toca desde os batidões do Planeta DJ da Jovem Pan, até os sons mais daqui, sim, tocou Xuxa em espanhol e Daniela Mercury. 

Dessa vez, mesmo viajando, não tive erro de chip, pras meninas que não querem ficar com ninguém fica a dica que os caras daqui são beeeeeeeeeeeeeeeeeem insistentes, conseguem ser inclusive mais chatos do que os bêbados de fim de noite que acham que só porque é mulher você tem a obrigação de ficar com eles, nessas horas me serviu linda até o gerente do hostel achar que eu me chamo Fernanda, ele e os cinco que eu tive que dar um toco falando pouquíssimo de espanhol acham isso agora.

Porém, por causa de um desses tocos eu saí do meio da pista e fui pra o primeiro piso e lá pelas 4H20 as coisas começaram a mudar, porque assim que eu cheguei na boate chegou uma figura interessante, do meu número, que eu olhei mas (como sempre) nem fiz nada, depois a mesma coisa na fila da chapelaria, enquanto eu tava na pista eu segui observando mesmo de longe, estando no primeiro piso seria teoricamente mais fácil, mas quando eu cheguei a figura não estava mais lá, poucos instantes depois ressurgiu com um amigo que intermediou toda a conversa, agora imaginei a situação: EU (fator complicante de paquera) + SÓBRIA (fator mais complicante de paquera) + TENDO QUE FALAR OUTRO IDIOMA (fator que quase impossibilita uma paquera) = ... deu certo... encontrei o amor da minha vida dessa semana. Demorou duas horas pra eu chegar, mas de algum modo, mesmo com ajuda eu cheguei, afinal eu fui doida suficiente pra dizer "El problema és que yo no hablo español, no se como dicier que queiro besar quien está adelante de mi"

Tenho certeza que meu querido amigo Maurício teria ficado muito orgulhoso de mim, afinal, durante a semana eu passei o tempo todo consumindo o juízo dele, dizendo que não sei sair sozinha pra esse tipo de lugar, que não sei paquerar [continuo não sabendo, mas tudo bem] e estando na balada não tinha como não pensar nele...


Um comentário:

  1. PASSANDO PRA DIZER:
    1º QUE ADOREI O BLOG
    2° QUE AMO BUENOS AIRES TAMBÉM
    3° QUE NÃO SABIA QUE VOCÊ TAVA MORANDO AI
    4° QUE RI BASTANTE COM A SUA POSTAGEM CUMPRIIIIIIIIIIIIDAAAAAAAAAAAAAAAA E ENGRAÇADA, PRÓPRIA DE UMA SENHORITA SOLITÁRIA NA CIDADE DO TANGO
    5° QUE ESPERO QUE A SENHORA TENHA GASTADO TODA A SUA ENRGIA COM A DESCONHECIDAAMORDASUAVIDADESSASEMANA .rsrs
    6° E ÚLTIMO COMENTÁRIO QUE VC VIVA, INTENSAMENTE, INVOLUNTÁRIAMENTE E ENLOUQUECIDAMENTE CADA MINUTO POR AI, POR ALI E POR AQUI.

    BEIJO GRANDE.

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