domingo, 11 de setembro de 2011

Do que me faz falta....

Ontem eu senti falta de alguém, senti falta do abraço, do cheiro, do sorriso, mas passou, rasgando mas passou, doendo por ver o que seria melhor pra mim, mas passou, passou ao lado, passou como o vento, passou como uma boa recordação de um passado que nem sei se foi tão bom assim.

Hoje, senti falta do que não vivi, de ter a plenitude no coração, de ter alguém sentada ao meu lado, que mesmo em silêncio pudesse me ver e me escutar, me sentir pela respiração, me entender só com os olhares. A cadeira da frente está vazia, sempre vazia, a cadeira ao lado até pode estar preenchida, mas não é tão definitiva, não sei se quero a brevidade, não sei se quero a longitude. Quero aquilo que ainda não vivi, aquilo que sinto falta sem nem saber do que se trata!

Não sei onde está quem eu procuro, não sei como encontrar o que eu quero... mas há de chegar!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O dom e a dificuldade

O dom até pode ser da palavra, mas a dificuldade é a comunicação. Escrevo cartas que não serão lidas, engulo palavras que não consigo dizer, se quero não tenho coragem de falar, se não quero mais só tenho coragem de calar, e sou tímida, e desisto sem tentar nem verbalizar aquilo que nem consigo dizer.

As palavras me faltam, mas o sentido delas me sobra, elas se excedem e ao mesmo tempo já não me bastam.  Minhas palavras dizem muito mais que eu, e por isso nada me sai da boca pra fora, ficam apenas impressas em meu coração, não com tatuagem, elas ficam em mim como se cada letra fosse uma célula, como se fossem partículas de oxigênio me alimentando. Se não escrevo ou penso nas palavras é como se parasse de respirar, é justamente o ar que inspiro e não consigo expirar.

As palavras me suportaram, mas agora me são insuportáveis, antes aliadas à minha socialização, agora não consigo mais socializá-las. As palavras quando saem de mim pertencem a quem as lê e eu perco o falso domínio sobre elas. O dom é da palavra e a dificuldade é da comunicação.