sábado, 16 de julho de 2011

Escrito em 10/08/2010

Mesmo que você não tenha vindo pra ficar
Tomara que não tenha marcado passagem de saída da minha vida.
Mesmo que você não tenha planejado
Tomara que não esteja entendendo errado.

Sim, improvável pra mim, mas não sem fé ou paixão
Ainda comando os pensamentos, não mais meu coração.

Se não veio pra ficar,
Pelo menos demore a ir.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Escrito em 10/11/09

Não sei o que quero,
O meio do caminho, o intermédio, 
O itinerário do lado oposto,
 O caos e a calmaria no mesmo rosto.

Me sorva, me absorva, me tenha em seus poros,
Me tenha em seus pelos, em sua saliva,
Para que você me sirva
Enquanto eu te devoro.

Pele, peitos, pares, pernas,
Ventres, colos, bocas... bocas.
Seus dedos, seus lábios, seus beijos
Seus desejos e tudo que vem a mim.



Eu tava namorando nessa época, tenho consciência de que já era no período que as coisas não iam muito bem,
sempre que releio algo que escrevi há tempos, tento me lembrar do contexto, mas o texto não corresponde ao clima do momento,
enfim, vai ver era só uma licença poética mesmo.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

De volta pra casa...

Pela última vez na varanda
do hostel
Faz pouco mais de uma semana que estou em Maceió, acho que só agora caiu um a ficha de que passei dois meses e meio morando em Buenos Aires, na verdade parece que lá vivi uma realidade paralela da vida que levo em Maceió e que agora vou retomá-la.

Sempre gosto de fazer um balanço entre prós e contras de situações importantes de minha vida, sem dúvida aprendi muita coisa em terras porteñas, e não se trata apenas de teatro, nem tem muito haver com a compreensão de um outro idioma, tudo isso foi muito importante, mas  o que se leva nas células é a experiência de vida, e,  no meu caso, a análise da minha relação com o mundo.

Continuo sendo uma pessoa muito fechada e um tanto tímida, continuo tendo minha necessidade de estar sozinha em alguns momentos, mas não posso negar que senti muita falta dos meus amigos e da minha família. Gostei dessa minha "desintoxicação" de me policiar em relação a ingestão de carne vermelha e de ter resistido ao cigarro, espero que essas coisas boas de Buenos Aires eu consiga manter aqui em Maceió.

Não li tanto quanto o que eu gostaria, mas andei muito, vi muita coisa que ninguém pode me arrancar da memória, na verdade li muito sim, li muito do mundo que estava ao meu redor e essas impressões de fato ficaram impressas em mim, seja na temperatura ou nas músicas que escutei [e que sinto falta de ouvir], seja no sabor dos doces ou no cheiro das estações de metrô.

Renovei minha fé, repensei alguns conceitos e pré-conceitos, me reafirmei como mulher, refleti um bocado sobre minha postura dentro da sociedade em relação a muitas coisas que vão desde o que eu decidi escolher como profissão até minha orientação sexual. Pra tudo isso acredito que é necessário um certo "distanciamento" das minhas ações cotidianas.

Não digo que voltei outra pessoa de Buenos Aires porque acredito que seria um exagero, voltei diferente, com algumas coisas a mais e outras a menos, nem melhor nem pior, diferente apenas, talvez com mais conteúdo e um pouco menos de preconceitos, preconceitos no sentido de não ter mais vergonha de me reconhecer como latinoamericana e admitir que todos nós somos bregas e passionais.

Deu vontade de conhecer outros lugares, mais de turistar do que qualquer outra coisa, sem ficar louca alucinada pensando em teatro o tempo todo. Bom, abaixo postei dois vídeos que eu deveria ter postado enquanto ainda estava lá, mas vale a pena dar uma olhada, fica aí um pouquinho do muito que eu pude vivenciar.