quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O que for pra brotar e florir

Toda grande viagem me transforma, acho que na verdade isso acontece com todo mundo, mas como eu sou uma pessoa que realmente gosta de viajar e de fazer teatro, poder juntar as duas coisas me renova em algum aspecto. Pois bem, meu ponto de parada foi novamente Brasília/DF, Solos Férteis - sim, mas um festival de teatro de/para/por mulheres. A vivência para mim nesta edição foi bem diferente que na anterior, dessa vez resolvi me expor, não de modo gratuito ou "vulgar", aceitei o desafio que me propus de fazer a oficina/work in progress "Daughter/Dohter" com Jill Greenhalgh, com o mote da relação mãe e filha, em sua oficina consegui entender e sentir conceitos de teatro que dez anos lendo nos livros só conseguiram ser vivenciados agora e compreendidos em apenas quatro dias. 

O controle, sim, o controle no teatro é tudo e a relação tão próxima com a plateia que foi algo que sempre me assustou me pareceu tão fácil e tão sob minhas rédeas que me deu vontade de correr atrás da Jill no outro lado do mundo quase implorando para ela me dirigir seja lá com o que for.

Para além disso tudo, o que fica de fato são os encontros e as possibilidades de trabalhos futuros e futuros encontros, que neste caso se mostrou num terreno bem fértil e propício a grandes colheitas. Desde as cervejas de fim de noite até o café da manhã ressacado do dia seguinte, dos caminhos nos ônibus aos espetáculos de encher os olhos e a alma. O sentir-se pertencendo à todos os lugares e ao mesmo tempo não estando em solo firme...  

Escutei que dessa vez estava mais receptiva para o mundo ao meu redor, provavelmente foi isso mesmo, senão não teria me dado a liberdade de sair numa foto com um girassol na cabeça ou outras tantas coisas, tolas que fiz, mas que pra uma pessoa que não abre muito espaço são grandes vitórias. Como sempre voltei pra casa já com vontade de ir embora de novo, ainda não sei bem pra onde, nem para fazer o que, mas essa inquietação e necessidade de sair desse lugar que me parece tão cômodo e acomodado.