domingo, 27 de março de 2011

Três dias em Natal, quatro apresentações

só sendo devota dessa santa para
aguentar três sessões de ROJO
num mesmo dia
Estive em Natal/RN entre os dias 23 e 26 de Março para apresentações de ROJO no IFRN Cidade Alta, o bom de viajar para fazer apresentações é que temos a oportunidade de sentir a reação de outras plateias, não que possamos dizer o que é melhor ou pior, mas as características do público de cada cidade é muito específico. Outro aspecto positivo dessas incursões em grupo é porque isso nos aproxima daqueles que trabalhamos, mas que nem sempre na saída das salas de ensaio temos como conversar, interagir ou até mesmo simplesmente nos divertirmos.

As amizades se firmam, passamos a conhecer os outros sob outro ponto de vista, o que é bom, é a oportunidade de conhecer sobre tudo a nós mesmos, por outro lado uma convivência tão intensa entre o grupo faz com que não tenhamos tempo de "turistar" na cidade, não deu tempo de conhecer quase nada de Natal, nem deu pra pensar se moraria ou não lá, e isso seria importante de sentir porque eu pretendo - em algum momento da minha vida, quando tomar vergonha na cara - tentar meu mestrado na UFRN (embora também queira tentar noutros lugares).

Nesses três dias fizemos quatro apresentações da montagem cênica, sendo três delas no mesmo dia, é uma experiência que eu espero que não se repita porque realmente fica muito cansativo fazer isso, não é apenas cansaço físico, mas é de uma intensidade emocional muito grande, acho que não precisamos passar por isso mais uma vez.

Esses momentos também sempre voltam a mente meus impasses, gosto muito de ROJO, me satisfaço trabalhando nele, MAS tem outras coisas na minha vida profissional que precisam ser priorizadas, além de outros processos de pesquisa que eu gostaria muito de iniciar dentro da Invisível, processos que tenham mais a cara dos membros do grupo. Minha outra preocupação no momento é como continuar trabalhando a distância, com ROJO acho que não cabe, principalmente por causa da minha posição dentro da montagem, quando aos outros projetos se tornaria mais possível.

Enfim, cada coisa no seu tempo, meu esporte agora é REVEZAMENTO DE MALA... e a saudade parece ser meu sentimento mais constante.

domingo, 20 de março de 2011

e agora?

Me arrependo,
Faço mea culpa,
Tento chutar o balde.

Me desprendo,
Peço desculpa,
Quero que não acabe.

Descubro que sim,
Disse que não,
Mas aguardo um talvez...

E se não for assim?
E se não for opção?
E se for o que não sei...

Se o tempo voltasse, 
E agora o que se faz
quando se quer algo 
que disse que não quero mais?

Não é amor,
São as possibilidades de partir
Não é amor,
São as possibilidades de ficar...

Espero que tenha dado tempo!

quinta-feira, 17 de março de 2011

"Desistindo"

Estou nesse momento em Belo Horizonte passando por mais uma etapa de minha vida, nesse momento eu estou vendo o que significa pesar e medir suas decisões e sentir o impacto das suas escolhas. Passei as três últimas semanas completamente confusa sobre o que eu quero fazer daqui pra frente, e algo muito específico está me chamando atenção, muito específico mesmo, por outro lado desisti de algo antes mesmo de chegar ao fim por julgar não ser o melhor pra mim, MAS reconheço que hoje me senti tentada de verdade porém não me arrependo de ter "desistido", porque lá no fundo sei que isso não é pra mim, por mais interessante e tentador que pudesse parecer.

Duas coisas pesam muito nessas decisões que tenho tomado, primeiro é que eu não posso mais jogar tudo pra cima sem tanta garantia (nesse caso sem nenhuma mesmo) porque bem ou mal eu já tenho meu grupo estruturado em Maceió, não estou nem me sinto sozinha como antes, segundo, sei lá, essa segunda coisa se chama intuição, então achei mais honesto comigo e com todos admitir que não é pra mim - pelo menos não agora. Conheci muita gente interessante que eu gostaria de ter na minha vida, sei lá, por afinidade, porque gostei delas, porque queria conviver mesmo e até mesmo criar junto, figuras que nem sei se ficam no projeto, mas que no pouco contato que tive já as quero muito bem.

meus pés sobre as pedras de Sabará/MG
Bom, mesmo "desistindo" essa vinda pra Belo Horizonte me proporcionou encontros e reencontros muito preciosos, não tenho do que me queixar, por isso que sigo brindando às possibilidades!!!



quarta-feira, 9 de março de 2011

Curta "Não quero voltar sozinho"

Não sou partidária nem sou de levantar bandeira pra nada, mas esse curta merece destaque, não sei quem produziu nem nada (deve ter na ficha técnica nos créditos finais), porém mesmo assim quero compartilha-lo. Assisti ele antes do filme "Como esquecer" (aquele de temática homossexual com Ana Paula Arósio), o filme é muito bacana e acho que retrata bem o que muitas vezes se passa com a gente - acho que principalmente nos relacionamentos entre mulheres - mas o cura consegue ter outra dimensão de delicadeza. Fica ele aí, bom divertimento/reflexão!


sábado, 5 de março de 2011

O que era dessa vez.

Acordou, um dia comum como outro qualquer, mas uma súbita felicidade habitava seu coração, não sabia porque, não sabia o que era dessa vez, sentia, sabia que algo se aproximava, não tinha naquele momento nenhuma pretensão romântica, não tinha olhos para essas coisas, seu pensamento estava centrado no egoísta "eu" de sempre, que fora esquecido alguns anos atrás.

O dia estava frio, chuvoso, ventava muito, queria sentir o calor do rosto da sua cidade natal, mas estava disposta a fazer o que tinha que ser feito, buscar o conhecimento, explorar outros territórios e voltar com a bagagem cheia de recordações e um sentimento de transformação brando.

Continuou seguindo rua abaixo, rodovias, carros, caminhões, viadutos, rotatórias, e um breve caminho de trinta minutos. Pensava o que se passava dentro de seu peito. Na noite anterior tinha sonhado com o improvável, sabia que era na verdade o impossível, mas até que chegou a pensar naquela possibilidade como o motivo que alegrara seu coração, mesmo assim não deu muita importância, afinal, tinha milhares de coisas para pensar, resolver, formular ou apenas se permitir viver... viver, era isso o que mais queria.

Os pés calçados porém gelados continuavam seguindo o mesmo caminho pela última vez com esse intuito, encontraria ali muita gente que provavelmente nunca mais encontrará na vida, aquele sentimento que trazia no peito não era nem melancolia nem saudade, ia além disso... era o que estava por vir... e sabia que estava por vir...

Sempre que se apaixonava, ou perdidamente ou com parcimônia, sentia isso, uma quase angústia, que ao mesmo tempo era tão gostoso que preferia esse frisson a própria paixonite futura... sabia que não era alguém, sabia, tinha certeza, porque sabia que depois de um final complicado, os inícios demoram mais, sabia que para surgir esse novo alguém precisaria que pelo menos quatro luas cruzasse o céu... e com o céu fechado nem dava pra ver a lua.

Lembrou que estava aguardando uma boa notícia confusa, na verdade conflituante, mas se sim seria uma boa notícia, se não, seria apenas um não, o que não mudaria em nada sua vida, afinal, um não todo mundo tem quase o tempo todo...

Sim, a resposta foi SIM, não em caixa alta, mas mesmo assim foi um sim. Ela não sabia o que fazer, justamente por se tratar de uma boa notícia conflituante... então ela entendeu... não era o amor... eram as possibilidades...