sexta-feira, 8 de julho de 2011

De volta pra casa...

Pela última vez na varanda
do hostel
Faz pouco mais de uma semana que estou em Maceió, acho que só agora caiu um a ficha de que passei dois meses e meio morando em Buenos Aires, na verdade parece que lá vivi uma realidade paralela da vida que levo em Maceió e que agora vou retomá-la.

Sempre gosto de fazer um balanço entre prós e contras de situações importantes de minha vida, sem dúvida aprendi muita coisa em terras porteñas, e não se trata apenas de teatro, nem tem muito haver com a compreensão de um outro idioma, tudo isso foi muito importante, mas  o que se leva nas células é a experiência de vida, e,  no meu caso, a análise da minha relação com o mundo.

Continuo sendo uma pessoa muito fechada e um tanto tímida, continuo tendo minha necessidade de estar sozinha em alguns momentos, mas não posso negar que senti muita falta dos meus amigos e da minha família. Gostei dessa minha "desintoxicação" de me policiar em relação a ingestão de carne vermelha e de ter resistido ao cigarro, espero que essas coisas boas de Buenos Aires eu consiga manter aqui em Maceió.

Não li tanto quanto o que eu gostaria, mas andei muito, vi muita coisa que ninguém pode me arrancar da memória, na verdade li muito sim, li muito do mundo que estava ao meu redor e essas impressões de fato ficaram impressas em mim, seja na temperatura ou nas músicas que escutei [e que sinto falta de ouvir], seja no sabor dos doces ou no cheiro das estações de metrô.

Renovei minha fé, repensei alguns conceitos e pré-conceitos, me reafirmei como mulher, refleti um bocado sobre minha postura dentro da sociedade em relação a muitas coisas que vão desde o que eu decidi escolher como profissão até minha orientação sexual. Pra tudo isso acredito que é necessário um certo "distanciamento" das minhas ações cotidianas.

Não digo que voltei outra pessoa de Buenos Aires porque acredito que seria um exagero, voltei diferente, com algumas coisas a mais e outras a menos, nem melhor nem pior, diferente apenas, talvez com mais conteúdo e um pouco menos de preconceitos, preconceitos no sentido de não ter mais vergonha de me reconhecer como latinoamericana e admitir que todos nós somos bregas e passionais.

Deu vontade de conhecer outros lugares, mais de turistar do que qualquer outra coisa, sem ficar louca alucinada pensando em teatro o tempo todo. Bom, abaixo postei dois vídeos que eu deveria ter postado enquanto ainda estava lá, mas vale a pena dar uma olhada, fica aí um pouquinho do muito que eu pude vivenciar.







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