sexta-feira, 17 de junho de 2011

O que se fala e o que se cala

A: - Você fala tanto, não gosto quando você se cala.
B: - Não se preocupe, não é nada.
A: - Tem certeza?
B: - Tenho, talvez seja só um silêncio que eu tenha guardado pra você (SILÊNCIO CORTANTE)
A: - Isso é bom ou ruim?
B: - É só silêncio.  (SILÊNCIO IMPACIENTE)
A: - Você se cala e eu escuto meus pensamentos sobre você, sua boca, seus lábios se movendo, articulando as palavras que eu nem sei o que significam, mas gosto de te escutar, gosto da sua voz, do som das suas palavras, pode até não ser exatamente o que você pensa, mas tudo parece tão seu que isso me desconcerta... (SE BEIJAM)
B: - Você sempre se cala, me assusta você falar tanto.
A: - Talvez eu tenha algo muito meu que eu queira dizer.
B: - E por que não fala?
A: - Eu tenho medo de você.
B: - Era isso que você queria dizer?
A: - Não. Eu tenho medo de como você vai reagir ao que eu tenho que dizer, talvez por isso eu não fale.
B: - Eu gosto dos seus olhos, o silêncio da sua boca me faz te ver sem sons me interrompendo, e se eu falo tanto é para ver seus olhos olhando pra mim, enxerga-los melhor em todas as cores que possa ter, embora seja uma cor só, gosto da moldura do seu rosto, só falo pra chamar sua atenção, mas hoje eu me calo pra saber se mesmo assim você repara em mim. (SE BEIJAM)
A: - Haveria como não reparar?
B: - Não sei, é você quem me olha. (SILÊNCIO FRIO)
A: - Eu preciso ir embora.
B: - Porque?
A: - Porque é necessário...
B: - Sabe o que o meu silêncio te grita?
A: - Não.
B: - Que eu tenho medo de ficar sem você.
A: - Era disso que eu tinha medo... você fala tanto, não gosto quando você se cala. (SAI)

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