terça-feira, 25 de maio de 2010

O início de tudo...

Pode parecer muito pretencioso dizer que desenvolvo um projeto, na verdade é uma inquietação que nasceu em meiados de 2008 e tomou forma em 2009 com a montagem do espetáculo Voo ao Solo.

Tudo começou quando fui morar em São Paulo em Março de 2008, inicialmente seriam seis meses naquela caótica cidade, depois eu quis ficar pra sempre (cheguei até a alugar um apartamento) e, por fim, vi que seria mais interessante para minha carreira voltar para Maceió, terminar a faculdade e ver o que o destino me reservava. Mas esse esperar pelo destino não se trata de uma passividade de apenas ESPERAR.

Minha ida para São Paulo se deu porque fui aprovada pelo projeto GEOGRAFIA DA PALAVRA, promovido pela FUNARTE SP, que visava o intercâmbio entre artistas do país inteiro convergindo para uma montagem sob direção de Antonio Abujamra.

A experiência desse deslocamento e desconforto geográfico foi de fato impactante para minha vida, morando numa cidade desconhecida, sem parentes e com 24 anos, além de me fazer crescer como pessoa - aprendendo inclusive a cozinhar - me fez rever minhas posturas quanto ao fazer teatral, as minhas responsabilidades e referencias como atriz e dramaturga ficaram mais evidentes.

Ao retornar para Maceió, ainda querendo morar em São Paulo, Marco Antonio de Campos - meu diretor, amigo, mestre, guru e adjacencias - sugeriu que eu montasse um monólogo utilizando referências literárias e o impacto dessa imersão em São Paulo. Encontrei ali minha possibilidade de trabalhar o teatro pós-dramático partindo justamente do texto (muito irônico, PÓS DRAMÁTICO partindo do TEXTO).

Querendo ou não, tenho essa relação com o deslocamento geográfico muito íntima na minha formação, quando criança - por causa do trabalho de minha mãe - morei em Vitória, no Espírito Santo, quase fomos morar em Brasília, morei em São Paulo e ainda existem possibilidades muito reais de, novamente, deixar minha terra natal para morar/viver noutro lugar.

Nasci em Maceió, fui educada em Vitória, me sinto a vontade na cidade de São Paulo, mas minha fortaleza e porto seguro continuará sendo a casa de minha mãe (independente de onde ela esteja morando).

Nesse blog relatarei viagens, impressões de fatos marcantes, postarei fotos, vídeos e coisas que venham a acrescentar... me sinto meio cigana às vezes, pertecendo à qualquer lugar e ao mesmo tempo à lugar nenhum, sendo nação, mas não tendo pátria, sendo eu mesma meu próprio território.


ESPERAR ATIVAMENTE MEU DESTINO, OPORTUNIZAR PARA QUE ELE SE CONCRETIZE, É ISSO QUE EU PRETENDO.

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