Estou em Guaramiranga/CE, participando de um Festival de Teatro já tem uma semana e ontem é que me dei conta que esqueci meu Diário de Viagem em Maceió, tudo bem que ele mais um caderno de impressões do que qualquer outra coisa, mas eu estava com uma vontade quase incontrolável de escrever ontem. Não digitar, mas ESCREVER, ter a caneta sobre o papel dando vasão aos pensamentos, seguindos os instintos quase como um brain-storm.
O que se passou é que eu tive uma porção de ideias, tanto em relação à possíveis montagens quanto aos meus afetos. Sim, eu me afeto por eles, não consigo passar imune pelo o que me afeta.
É confuso, nessas horas eu percebo que sinto saudades de coisas simples, e fico me perguntando como fazer para consciliar essa vontade de sempre estar indo embora com os vínculos imaginários que me unem a minha terra-Mãe (e isso porque eu estou numa cidade distante apenas vinte horas de ônibus, ainda na mesma região, imagine se fosse noutro continente).
Podendo ESCREVER é como se eu me aproximasse um pouco mais de casa, um pouco mais daquele lugar que tenho como meu abrigo. Parecendo existir uma linha imaginária que desloca meu pensamento para minha casa, minha cama, meu quarto...
Parece que volto uns vinte anos no tempo, na época em que eu passava três meses em Maceió e nove meses em Vitória, com convívio seletivo com parentes por causa dessa transitoriedade. Gosto de viajar, de conhecer outros lugares, pessoas, de arrumar e desarrumar a mala, de ter mais conteúdo/novidades quando volto pra casa, mas parece que cada vez mais eu sinto mais saudade.
Chego em Maceió dia 13, viajo novamente dia 16, regresso para casa dia 25. Espero que dessa vez eu não me esqueça de por na mala meu Diário de Bordo, talvez, algum dia, o que está escrito nele faça parte de algo muito maior.
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